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Novidades do Mundo Cross, e do Mundo em Geral

Conto com a participação de todas Vocês.. para que esta coluna seja

cheinha de inusitadas Novidades!

 

Nasce Uma Estrela’: Lady Gaga e Bradley Cooper brilham em musical eufórico

O filme de Cooper transcende seus antecessores e se torna uma crítica pertinente da fama e um romance de partir o Coração..

Quando vemos Lady Gaga pela primeira vez em Nasce uma Estrela, ela está em um cubículo de banheiro, terminando com seu namorado no meio de seu turno de trabalho. Ela desliga o telefone e sai gritando, jogando-se ao chão, angustiada, e berrando, enfurecida: “Merdas de homens!”

É Ally, uma garçonete que mora com seu pai briguento  e aguenta as ordens de seu chefe exigente . Ela tem os maneirismos e a voz contralto de Gaga, mas Ally é uma criação distinta: uma popstar em estado bruto que passa ao largo da bagagem que qualquer cantora pop já conhecida e do calibre de Lady Gaga levaria a um papel no cinema.

Bradley Cooper, outra força inesperada, criou o filme – é seu primeiro trabalho como diretor e ele faz o papel do par romântico de Ally –, mas Nasce uma Estrela é um grande trabalho de Lady Gaga

Hollywood dedica afeto especial a essa desde o filme original  de 1937.

Ally é a versão mais recente de um papel que requer uma celebridade  Megatalentosa, alguém que já conheça em primeira mão como é conviver com a curiosidade insaciável do público: Judy Garland como atriz no primeiro remake (1954), Barbra Streisand .

O filme começa com Jackson Maine (Cooper) engolindo comprimidos e tomando uísque num concerto ao ar livre onde milhares de fãs deliram com seu country rock envelhecido. A câmera acompanha Jackson de perto como se fosse seu par numa dança, perseguindo-o quando ele tropeça em direção ao microfone e arrasa num solo de guitarra.

Naquela noite, quando, louco por mais um drinque, ele entra cambaleando num bar gay e só começa a prestar atenção quando Ally sobe ao palco para cantar um cover de La Vie en Rose.

Na nota final da canção ela se vira para ele, e por um breve segundo vemos os holofotes banhando o rosto dela com luz aveludada. Hipnotizado pela voz e o carisma dela, Jackson a convence a tomar um drinque com ele, e ali tem início a história dos amantes destinados a um fim infeliz, um deles em ascensão e o outro em queda.

Ally e Jackson amadurecerem como personagens. Jackson pode ter se rendido à beleza de Ally – algo que o filme destaca para contestar os homens que disseram a Ally que ela não é bonita o suficiente para ser famosa -, mas ele se rende igualmente a seu talento de compositora, sua história familiar e seu companheirismo.

Quando ele se apaixona por uma balada que ela compôs chamada Shallow, Jackson a pressiona a cantar a balada no show dele. Ally inicialmente se nega, mas então, quando o ouve dedilhar os acordes iniciais, ela se força a subir ao palco. Quando ela pega o microfone na mão, vemos novamente o mesmo brilho vermelho que destacou o rosto dela durante La Vie en Rose. O mundo em volta desaparece e Ally vive o momento pelo qual todos ansiamos: aquele instante repentino em que as constelações se alinham e o universo se abre. Finalmente o paraíso pelo qual ela tinha desistido de esperar a encontrou.

Para Ally, esse paraíso lhe rende um contrato com a gravadora Interscope Records. Jackson queria promover o talento dela, mas será que aguenta concorrer com ela? Desse momento em diante, Nasce uma Estrela vira um cabo de guerra entre a devoção comovente e a realidade amarga. Enquanto o produtor de Ali (Rafi Gavron) a molda para virar estrela, a fama dela não para de crescer. Enquanto isso Jackson é relegado ao segundo plano, e os ciclos de dependência química e depressão que o assombram há anos tornam-se impossíveis de suprimir, ao mesmo tempo em que ele faz tudo que está ao seu alcance para honrar seu compromisso com Ally.

Se você já viu outra versão de Nasce Uma Estrela, já sabe como se desenrola o resto da história. O que talvez o surpreenda é o banquete emocional e estético que Bradley Cooper preparou.

Lady Gaga confere um naturalismo incrível ao papel, acentuando a garra proletária de Ally ao mesmo tempo em que aponta o lugar natural dela nos palcos brilhantes do mundo. Os olhos de Gaga são tomados de fervor.

Em outra vida, Cooper poderia ter sido roqueiro. Ele certamente tem a postura necessária para tal. Em suas mãos, Nasce Uma Estrela vira muito mais que uma narrativa desgastada sobre um homem que promove a carreira de uma mulher – é um tête-à-tête cheio de paixão sobre os impulsos gêmeos de ambição e afeição, que nem sempre se mesclam bem.

As músicas Compostas por Lady Gaga( Alias uma exigência dela)

Não esqueça de levar lenços ao cinema – haverá lágrimas.

“Você não está cansado de tentar preencher esse vazio?”, …..canta Ally.

Veja o Trailler:

Eles Brilharam no Festival De Veneza:

 

 

Trans, crossdressers e o desafio de se assumir

Psicóloga transexual conta como é a experiência de expor a própria identidade aos clientes e ajudá-los de maneira única

 

Entender pessoas trans, crossdressers e suas motivações, auxiliando em seu processo de aceitação e transição, é o que move a psicóloga Fê Maidel. Ela própria é uma pessoa trans, que, além de atuar no auxílio psicológico relacionado à identidade de gênero, acumula uma série de experiências profissionais como cineasta, artista plástica, cenógrafa, figurinista, estilista, maquiadora, web designer, atriz amadora… “Toda essa formação influencia meu trabalho hoje, tanto na clínica como em trabalhos com grupos”, ela conta. Confira, a seguir, o ótimo bate-papo que tive com ela:

O que é ser um crossdresser?

Para mim, é oscilar entre maneiras distintas de se expressar, adotando ora as expressões rotuladas como “masculinas”, ora as “femininas”. Dentro da “cartilha” do masculino, deve-se ser constante, sóbrio, prático, e qualquer forma de expressão diferente começa a receber o rótulo de “dândi”, “bichinha” etc. Mas o crossdresser, mais que as outras formas de expressão trans, carregam em si a intermitência, a oscilação e o desejo de expressar mais formas de ser do que aquelas contidas nas caixinhas de gênero.

O crossdresser pode, além de vestir-se como alguém do sexo oposto, também modificar o seu corpo? Por exemplo, colocar silicone ou modificar seu órgão sexual?

A definição de crossdresser é, como afirmei antes, oscilar, “ir e vir”, vestir-se (dress) de forma cruzada (cross). Acho pouco provável que um crossdresser se disponha a modificar seu corpo sem que tenha assumido uma constância maior, mas nada é determinado nesse assunto, tudo é passível de ser construído.

Como é, para você, atender com sua identidade trans? E como seus clientes recebem essa ideia?

Alguns de meus primeiros clientes me conheciam por essa identidade. O fato de ir contando aos clientes sobre minha própria transição, e podendo me expressar como me prefiro, tornou minha atuação mais precisa, aguçada. E o que mais reforçou essa postura foi a receptividade deles, que teve importância fundamental. Hoje atendo todos os meus clientes em minha apresentação feminina.

Fale sobre o atendimento de questões ligadas à diversidade.

A expressão da diversidade, apesar de sempre ter existido, é uma importante faceta de nossa sociedade atual. As pessoas têm descoberto que, ao manifestar sua individualidade, são diferentes umas das outras, e uma das diferenças que surgem e são mais marcantes recaem sobre as questões de gênero e sexualidade. Mas, diferente do passado, as pessoas hoje querem se conhecer, explorar, trocar experiências, e passaram a criticar os rótulos impostos pela “normalidade”. Entender a demanda de cada cliente, explorar o seu significado e os sentimentos que cada um nutre a respeito, bem como a profundidade de cada indivíduo, é a base de meu atendimento.

Há diferenças entre seus clientes trans e os outros?

Em essência, não. Cada pessoa tem sua demanda, única, individual, e por isso, não há diferenças entre os clientes. Todos são únicos e trazem sua necessidade única para a terapia.

No entanto, os clientes que trazem questões relacionadas a gênero contam com a atuação que descrevi como “aguçada, precisa”. Mas não necessariamente relacionada exclusivamente à temática transexual. Pessoas que passaram por separação, que sofrem cirurgia de extração de algum órgão devido ao câncer, que estão repensando sua carreira etc., trazem questões bastante importantes, que podemos ajudar com nosso trabalho. Mas quem tem a questão trans como demanda principal encontra, de cara, alguém que tem explorado o tema há mais de uma década.

Como lida com questões como hormonização, redesignação e “cura gay” em sua clínica?

As questões que envolvem medicação ou procedimentos invasivos devem ser acompanhadas por médicos especializados. No caso de processos de terapia hormonal, antes de qualquer ação, indicamos a urgência em consultar um endócrino de confiança, e caso haja necessidade, de realizar acompanhamento psiquiátrico. Ao propor mudanças tão profundas, a pessoa pode gerar instabilidades enormes em seu equilíbrio, e é necessário avaliar e acompanhar com grande cuidado cada passo.

Quanto à “cura gay”, acredito que aqueles que propagam essa ideia estão defendendo mais sua própria ideologia do que a saúde da pessoa envolvida. Além de banido da prática da psicologia, é um procedimento antiético e desumano.

Além do atendimento em consultório, que outras atividades você exerce em psicologia?

Tenho prestado serviço voluntário à população trans em situação de vulnerabilidade, junto ao CRD (Centro de Referência da Diversidade). Atuo em uma dinâmica intitulada “Como Sou, Como Me Vejo”, em que as participantes são convidadas a expressar como se veem e de que maneira se comunicam com o mundo. Também presto consultoria a empresas e grupos de trabalho.

Fonte: Semana On

2 comentários em “Novidades

  1. Fê Maidel! Nome, o qual não me esquecerei. Fantástica entrevista. Respostas precisas, resumidas, técnicamente precisas e corretíssimas. Meu aplauso à essa profissional competente. Parabéns. Mauro Voigt.

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